domingo, 10 de maio de 2009

O que fica

Já chorei por ter batido o joelho, ralado a perna, ter tirado nota baixa na prova. Por não ter passado naquela entrevista de emprego ou por ter deixado um. Chorei quando fui assaltada, quando vi alguém querido partir ou quando eu mesma decidi seguir em outra direção. E de alegria quando as lágrimas cairam por ter atingido um objetivo, por ver uma vida sendo renovada ou simplesmente por ter ficado feliz em demasia pelos meus amigos e família.
Também já tive os choros das dores. Dor de ouvido, de barriga, de cabeça, de cólica, de amor.
Essa semana, pela primeira vez na vida – talvez - me peguei chorando de saudade. Assim, simplesmente. Foi um choro puro, verdadeiro, forte – mas leve, muito doce e terno.

Como dói sentir saudade de alguém.

Fica sempre uma pergunta no ar. E o não saber é o que mais machuca. A não rotina de sempre, a não preocupação, a não confraternização juntos. Eu não sei mais se ele foi no médico, se está tomando o remédio todo dia, se está maneirando em todos os exageros. Será que continua com aquela mania de sair de casa sem tomar café da manhã? Será que ainda tem os milhares de travesseiro na cama? E o trabalho? E os amigos? E os domingos? E a vida toda? Será que ele continua comprando presentes quando fica contente? Será que está feliz?

Eu estou bem e feliz. Quero que saiba que tudo está no mesmo lugar. Até eu mesma. Todos os meus sentidos. Sentimentos meio confusos, claro. Meio difusos em mim. Porém, me encontro. Me sinto (quase) completa - mas talvez falte pouco para esta frase perder os parênteses. Talvez só mais um pouco de tempo.

Sempre ele. Santo tempo. Que passa devagar, mas tão depressa que me perco entre os dias da semana e do mês. Ele passa, é certo que sim. A saudade, não tão certamente assim. Mas é fato de que me acostumarei com ela. Um dia relembrar vai ser apenas gostoso e nostálgico. Eu vou rir e talvez chorar, mais uma vez, mas dessa vez de alegria por todas as coisas que senti.

Agora, todas as lembranças boas de um passado recente e feliz.
Que continuemos assim, sempre.

Um beijo.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Relembrar é viver

Em 2006 escrevi um "Parabéns pra você" dedicado a minha amiga Renata Négri, minha Neni.

Ficou bonito. Eu sempre gosto de ler. Lembro de coisas muito boas que vivemos juntas e me faz pensar que muitas emoções estão por vir. Fugere Urben!

19/08/2006

"Há mulheres e mulheres nesse mundo. Estão salpicadas por aí em seus mais diversos olhares, perspectivas e sentir dos sentidos. Costumo dizer que as mulheres do signo de fogo, principalmente as de leão tem um Q a mais. Tem um Q de quero mais, de quero ser, de tudo quero, e de querer sempre mais, acabam conseguindo.
Se realmente é verdade o fato de que as leoninas (nós) exalam um brilho sem igual, e eu não sei, afinal não conheço todas desse mundo. Mas as que eu conheço, e principalmente você Renata, tem mais do que um brilho emanado. Eu poderia até arriscar em dizer que não é exatamente brilho, é energia, energia boa, alegria de viver e de estar onde está. Nem os mais poetas dos poetas conseguiriam descrever uma leonina nata tal como é. Renata não tem definições pré-estipuladas, ela é a surpresa de cada dia que passa, de cada hora que chega com o prenuncio oculto atrás dos ponteiros do segundo.
O seu humor pode oscilar no passar dos dias - dias frios, outros quentes - mas a sua beleza nunca oscila.
Ela sempre está lá, marcando presença em todos os cantos por onde passa. Então, a essa hora já emana sua beleza, sua energia, e agora emana a alegria de completar mais um ano de vida. Seus passos deixam rastros que cravam em nós o que ela é.
E a vida dócil, é a mesma que é difícil às vezes. Mas você, mais do que ninguém sabe bem driblar todos os problemas que pintam pela frente. Não
Não sei de onde vem essa sua força interior, mas eu consigo enxergá-la as vezes, nos gestos, nos pensamentos, nos atos teus. Você é guerreira. É até mais que uma batalhadora, você é conquistadora de ideais, dos seus, e só seus ideais. Podem tirar de você muitas coisas, mas uma coisa ninguém tira: a sua alma. Aquela que de tão sincera, exala amor e ódio, em seu sentido mais intenso e paradoxal. Tod
Todos somos feitos de paradoxos inseparáveis, mas os paradoxos seus, ah, esses são de fazer chorar. Eu nunca vi saber ser tanta coisa ao mesmo tempo, e despertar coisas tão diversas em nós (seus amigos).
De qualquer maneira, seja em seus dias de amor ou ódio, eu te amo com a mesma intensidade de quem te amou pela primeira vez.
Eu não sei bem certo ainda o porque das minhas implicâncias e irritações com você, talvez seja porque de tão parecidas encontramos o nosso ponto de discordância de nós mesmas, assim como em um espelho, sabe? Isso com certeza é o tempero da nossa amizade, se você não está aqui, se meus finais de semana não tem você, nada tem graça, o colorido fica cinza, o sol fica frio, a chuva fica salgada.
Eu encontrei um exemplo vivo do que Freud me explicou nos livros.
Você, minha irmã de alma, de signo, meu espelho de vida, vizinha de aniversário, tão parecida na aparência, na teimosia, na alegria e nas mais diversas coisas, me ensina a cada dia o que nenhum livro poderia me ensinar em milhares de páginas. Um dia com você são mil anos de alegria contínua.
Hoje, te desejo tudo o que você desejar.
Eu sei que ainda é muito pouco, mas amanhã é mais.
Te amo muito."
"Espero que esteja bem
Feliz como eu fui feliz
O tempo é quem vai dizer
A vida quem quis assim
Não sou capaz de entender
Como saí de cena
Não dá pra mim
Eu vou voar
Melhor assim"
Passado.