sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A estoria de TPM do mes

Mais uma vez, mais um mes.
Sempre igual.

Como de costume meu peito doi, minhas costas doem, minha cabeca doi. Eu me sinto carente e o ultimo ser humano do mundo.

Acordo ja’ irritada, com a habitual vontade de fazer xixi – isso acontece todos as manhas, mas quando estou na TPM tal fato me deixa a ponto de xingar qualquer um que ousar me desejar bom dia.
Creio que quando eu estou na TPM eu me irrito com qualquer coisa, qualquer comentario, qualquer conversinha paralela, qualquer pessoa.
Nessa epoca tudo se intensifica de tal maneira que tudo que me irrita calha de vir ate' mim. Eu sempre encontro (seja no msn, no banco, na padaria...) aquele ser que me irrita muito - Sabe aquelas pessoas com o tipico papinho de taxista? Daquele tipo que gosta de discutir politica so’ para discordar de voce. Entao, essas. As mais chatas.
Dessa vez o encontro foi na fila no Mercado – o que nesse caso e’ um agravante, ja’ que quando a tal pessoa que me irrita chegou eu ja’ me encontrava irritada por causa da fila.
Definitivamente nao tem lugar pior pra voce encontrar alguem irritante do que uma fila. Outro agravante e’ que voce nao tem para onde fugir. Voce vai fazer o que? Fingir que desistiu de esperar? Fingir que precisa correr porque esqueceu a panela de arroz no fogo?
Nao, nao. Qualquer desculpas dessas, acarretariam uma irritante explicacao.
Melhor encarar de frente a fila e o chato. Papo vai, papo vem, eis que o cartao do cliente da frente nao passa! Penso: agora fudeu! Eu tentando entender o problema a frente e a pessoa nao para de falar. Minha cabeca da um no. Meu sangue vai esquentando...
A caixa com toda calma do mundo tenta insistentemente passar o cartao umas 10 vezes, no minimo, e nada. Depois, com mais calma ainda chama a gerente que, com a lerdeza tipica de todo gerente de Mercado, demora seus bons minutos para chegar. Meu sangue ferve! Mas eu estou concentrada. Destinada a encontrar a paz de espirito dentro de mim. Disposta a exercitar todas as minhas respiracoes que aprendi na Yoga.
Enfim, tudo resolvido. Eu, salva, passo as minhas compras e as pago com um cartao que funciona. Estou pronta para seguir aliviada para casa, quando o chato me pede pra esperar. Gente, esperar pra que? Se eu ja’ estava esperando com ele muito tempo a fila andar. Maaaaaaaaaaaaassss, para que eu nao parecesse antipatica, me esforcei para fazer esse social. Aproveitei e pensei que mais 5 minutos nao iriam fazer diferenca. Agora adivinhem voces o porque ele me fez esperar mais…

…So’ para me dizer tchau!

Ai, eu mereco viu?!

Em cima do piano tem um copo de veneno

Tem gente que tem veneno. O pior. O mais forte. O mais perigoso.
So’ que ele nao mata, pelo menos nao a mim. Ele so’ faz mal para quem produz.
Quando escuto algum comentario maldoso, quando sinto algum sentimento ruim vindo de alguem, penso que nada deve ser pior no mundo do que ser uma pessoa ma.
Acreditem, pessoas mas existem, e nao e’ so’ na novella das oito.
Por mim, muitas vezes, passa desapercebida a maldade intriseca alheia. Prefiro acreditar que estou enganada e que o mundo nao pode ser assim, uma novella do Manoel Carlos. Mas a vida tem seus viloes e mocinhos e pelo menos nessa encarnacao eu vim como a mocinha da historia – e faco meu papel muito bem, obrigada.
Mesmo acreditando que o mundo e’ muito cruel as vezes, eu nao canso de lutar pelas coisas certas. Nao canso de ser correta nos meus atos e pensamentos e acreditar que um dia todas as pessoas vao ser honestas nas suas acoes e sentimentos.
Enquanto isso nao acontece, eu continuo treinando o meu exercicio diario de ouvido. Aquele em que as palavras de outrem entram por um lado e saem pelo outro sem penetrar na sua mente e coracao.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

O doce riso do apego




Rir e’ bom, rir junto com alguem e’ perfeito.

Certa vez ouvi que para viver melhor no exterior voce tem que se apegar a alguem. Isso, apesar de verdade, pode parecer estranho para muitos de voces, ja’ que o que escutamos aos quarto quantos (Principalmente no canto do budismo) e’ extamente o contrario; treinar o desapego.
No meu caso resolvi tentar e segui os conselhos desse alguem. Posso adiantar que poder rir todos os dias com alguem, e' o melhor remedio que existe.



A primeira que chegou em meu coracao foi a Na, minha Galeguinha. Costumam tambem chama-la de Natalia, mas pra mim ela e’ so’ a galega made in Paraiba.
E’ do tipo do doce, muito doce. Natural, sem conservantes. E’ pura e sem maldade. E’ branquinha mas cheia de cor. Tem um gosto de fruta fresca mas forte; meu moranguinho do nordeste. Mas para nao ser tao brega, ela pode ser uma jabuticaba, pequenina, com sabor de quero mais.
Tenho vontade de abracar e de cuidar pra sempre. Sei que ela e’ mais adulta do que posso pensar e que nao precisa tanto dos meus cuidados. Mesmo assim, faco questao de me deixar a disposicao. Ela sabe que quando precisar nao precisa falar. A mim me basta apenas um olhar.
A Carol foi a segunda a entrar aqui. Ela chegou no meu coracao sem bater na porta. Entrou, sentou, pediu um suco de laranja e comecou a conversar. Percebi como temos coisas em comum, nao consigo ao menos contar.
Sua impaciencia descompassada; a vontade de ser feliz a todo custo; o impulso de viver a vida, esticando a beira de tudo. Ela tem um espirito de vida incrivel. Na bagunca do seu quarto, percebo como sua mente e coracao querem se organizar.
A pequena Cazita e’ muito grande em seus sonhos e desejos, e sua altura e’ o suficiente para que ela possa alcanca-los.

As minhas pequenas meninas sao lindas.
As minhas pequenas meninas sao minhas.

Sao meu sol num dia nublado, meu alivio no meio de uma sensacao ruim.
As vezes num dia de azar, percebo que sorte mesmo e’ ter alguem do seu lado para o que der e vier. Elas estao sempre la, sempre aqui.

Obrigada por existirem pra mim. Obrigada por tudo que vivemos e por tudo que iremos viver.
Meu riso e’ mais doce quando estou com voces.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Cade?

Sempre quando eu busco a minha inspiracao, ela foge de mim. Estou tentando escrever um texto para o jornal a semanas, e nada dela dar o ar da graca! Ela sempre resolve aparecer nos momentos mais inusitados. Como agora, por exemplo, 01:03 da manha; quando eu estou no meio da aula, no chuveiro, ou quando nao tenho papel nem caneta pra escrever – nesses casos eu comeco a mentalizar o texto na minha cabeca, e vou repetindo como um mantra ate’ eu achar uma padaria pra comprar uma bic por 80 centavos. Como agora nao estou no Brasil, esta tecnica de mentalizacao nao funciona, porque aqui nao tem padaria e nao vende caneta bic por 80 centavos – nao e’ estranho um lugar que nao tem padaria?
Enfim, a minha inspiracao resolveu aparece agorar, perturbando meu sono, mas parece que ela a’ se foi de novo. Nesse caso, pararei por aqui, ainda tenho sanidade e com inspiracao ou nao, amanha as 6 da matina o relogio – nada inpirador – me acorda sutilmente berrando na minha orelha. (Volto em breve).

Dando as caras

- Toc toc
- Quem e’?
- E’ a Dona do blog que ainda existe e veio fazer uma visita…

- Ola’, todo mundo.Como vao todos voces? Bem, hoje eu vim aqui para falar que acabei de checar meus batimentos cardiacos e minha respiracao, e sim – estou viva! Diante dessa constatacao eu me presencie muito feliz, dessa maneira nao pude deixar de vir aqui compartilhar com todos voces – se e’ que ainda existe alguem ai do outro lado.

Deixando o lirismo institucionalizado de cunhos vocabulos neologistas de lado, posso explicar porque tanto descaso com esse humilde blog - que agora voces tem o prazer de ler – ou leem sem prazer mesmo. Bem, voces sabem que esse ano os EUA foi atingido por enchentes, tornados e agora furacao. Mas nao, na verdade nada disso me atingiu. E’ so’ a falta de tempo mesmo. Muitas coisas pra fazer me emergiram num hiato criativo. Mas estou de volta. Buscando minha inspiracao – que encontrei, mas numa hora incoveniente.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Simples assim

Em uma conversa didatica com a minha sobrinha-prima (Isso quer dizer que ela e’ filha do meu primo) descubro que as vezes a vida pode ser mais facil do que imaginamos.
As vezes criancas nos deixam loucas procurando por certas respostas inexistentes, outras nos dao as respostas mais simples do mundo, mas que nunca haviamos pensado antes.
Vejam voces mesmo o dialogo:

Amanda: Quem e’ ele?
Leda: Um menino da minha sala.
A: Ele e’ legal?
L: Nao sei direito ainda.
A: Ele e’ seu amigo?
L: Nao.
A: Mas voce nao conversa com ele?
L: Sim, mas isso nao quer dizer que ele e’ meu amigo. Ele so’ esta na minha sala. E’ meu colega de sala.
A: Ah…
L: Eu nao conheco ele direito, entendeu? Nao da pra ser amigo ainda.
A: Claro que da.
L: Nao, Amandinha, nao da. A gente nao pode ser amiga de quem a gente nao conhece direito. Por exemplo, tem alguma menina nova na sua sala?
A: Tem.
L: E voce ja’ e’ amiga dela?
A: Sim.
L: Como assim? (Perdendo toda a base para o meu exemplo, agora falido)
A: Ela me perguntou se eu queria ser amiga dela e eu disse que sim.
L: Ah, entendi. Que legal. E qual o nome dela?
A: Nao sei. So’ sei que a gente e’ amiga.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O caminho


“Caminhando e cantando e seguindo a cancao…” o espirito e’ livre e tambem o coracao. O importante ao caminhar, e’ saber o que quer e aonde quer chegar. Mas o mais importante e’ nao esquecer quem e’. voce pode nao saber se definir em palavras, mas tem que se definir em acoes.
Tudo na vida e’ conhecimento. Quanto mais voce tiver, mais voce pode melhorar.

Voce pode nao ser o melhor, mas tem que dar o SEU melhor. Pode nunca chegar a ganhar o ouro, mas nao pode deixar de participar. Pode nao entender filosofia, mas nao pode deixar de saber sobre o que o Karl Marx falava. Pode odiar literatura, mas nao pode deixar de ler um livro da Clarice Linspector. Pode nao falar ingles, mas nao pode deixar de vir passar uma semana da sua vida nos EUA. Pode morrer de medo de aviao, mas nao pode deixar de ver, pela janelinha, um decolar um dia. Pode nao ter dinheiro por um tempo, sofrer por amor, morrer de saudades, mas nao pode deixar de realizar seu sonho. Pode chorar de vez em quando, mas nao pode deixar de ser feliz.

Tudo e’ questao de aprendizado. Coisas que voce vai levar pra sempre por toda sua vida. Pode parecer balela, mas hoje e’ o dia. Amanha, pode ser tarde. Por isso, voce pode ter muita preguica hoje, mas nao pode deixar que ela pare com sua vida – ao menos que seja Domingo, ao menos que esteja chovendo, ao menos que voce ja’ esteja em baixo da coberta, ao menos que esteja acompanhada.
Resumindo, aproveite o que os momentos te proporcionam de melhor. Seja olhando o temporal da janela, ou pulando dela pra tomar um banho de chuva com alguem.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A arte de dizer nao

Gente, leiam com atencao uma coisa que irei dizer agora: saibam dizer NAO!
Como aquele velho ditado diz: “Se conselho fosse bom…” pois e’, e’ verdade. Eu nao sei dizer nao. Talvez se soubesse nao estaria escrevendo esse texto. Logo, esse e’ o tipico texto que escrevemos para os outros querendo dar uma licao para nos mesmas. Diretamente falando: Leda, aprenda a arte de dizer nao. Sustento o conselho, afinal se voces aprenderem antes, podem me ensinar.
Claro que eu ja’ disse muitos ‘naos’ na minha vida – nada e’ tao literal assim.
Eu ja’ disse, por exemplo, que NAO ia lavar a louca do almoco e que NAO ia mais comer chocolate – e apesar de ter comido, sim, eu disse nao.
Mas o ‘nao’ que falo agora, e’ aquela nao profundo, e’ o nao de renuncia. Sabe aquele momento crucial da novela das 8, em que o mocinho chega e fala “NAAAOOO” com todas as letras escritas e no caps lock? E’ desse momento do qual falo (ou tento falar) agora.
E’ o nao da decisao. Aquele que so’ eu (e o mocinho da novela das 8) pode falar.
Fico por aqui treinando entao, esperando o fatidico momento da redencao em que poderei falar meu sonoro NAOOO!

Nao sei viver sem acento!

Hoje gostaria de me expressar a respeito do meu amado e lindo portugues. Eu, aqui nesse teclado americano, fico devendo pra voces muitos acentos. Mil desculpas, me sinto pessima por escrever assim. Me falta o adorno mais lindo de nossas palavras, eu sei. Talvez por isso tenho escrito menos.
Agora comecei a pensar que se fossem extintos todos os acentos de nossa lingua (ja que esse negocio de mudar as palavras virou moda) iria ser pessimo. Ja pensou? Nao, nao pense.
Escreva. E se voce sabe o minimo desejavel da nossa lingua, use o acento, por favor!
P.S. Acentuacao, sinto sua falta…

sábado, 12 de julho de 2008

Da janela


Outro dia que a chuva vem escorrer no vidro da minha janela. Eu nao sei porque, mas talvez seja pra me lembrar que sempre vai ter algo pra limpar todas as sujeiras. Dizem que as janelas, sao os olhos da gente. As janelas da nossa alma. Acredito.
Penso. Amanha, de alma limpa, vou limpar meu quarto, arrumar minhas gavetas, e quem sabe passar roupa. Amanha, ou depois.
As vezes me esqueco, esqueco do agora. Me perco em palavras, confundo sentimentos, inverto e invento estorias. Aqui o tempo faz a curva, aqui o sol nao espera o amanhecer para nascer. Aqui, o tempo as vezes para. Ou quase.
A chuva, que ja’ parou, deixou a janela mais suja. Talvez nao tenha chovido o suficiente. Mais ainda e’ verao. Ainda ha chuvas por vir. Essas aguas ainda lavarao a janela, a rua, a esquina, meu carro, meu corpo inteiro.
Se por um segundo, voce sente que ja viveu tudo isso, no proximo segundo, descobre que foi um engano. Estar longe as vezes e’ estar perto. E as vezes, como sabemos, nesse velho cliché de sempre, estar perto as vezes nao e’ estar dentro. Eu estou tao perto, que ajudo a silenciar, ajudo a acalmar, ajudo a ficar so’.
Estou vazia, estou cheia, estou com muitas pessoas e estou so’. Eu tenho 2 cachorros, como sempre sonhei. Uma casa grande, com quintal, varanda e rede. Esta calor e sinto frio aqui dentro. Sinto o amor quentinho de crianca, e isso me aquece todos os dias. Sinto-me saudosa, mas feliz. Perto de mim, e de ti. Me encontrei aqui, me sinto leve. Nao ha nada que o tempo nao cure, ou eleve.Sobre o tempo, quando ele nao para… corre. Entao, logo estarei de volta, me esperem.

A nao auto-ajuda


Quantas noites voce passou acordada? Quantas passou dormindo? Quantos guarda-chuvas voce ja’ perdeu? Quantas chuvas voce, efetivamente, tomou?
Nao importa o quanto voce ja’ perdeu, o seu saldo positivo vai ser sempre maior. Eu tenho isso aqui comigo.
Hoje, falando com uma amiga, percebi o quanto a vida pode parecer dificil e complicada as vezes. Mas no outro dia, e’ facil olhar pra tras, dar risada e fazer piada. Acontece que hoje, e’ dia de sacrificio. Talvez seja coisa da idade, talvez nao. Mas se pensarmos nisso sobre esse prisma, talvez fique mais facil, ou menos dificil.
A vida e’ simples, os momentos sao simples, nossa mente e’ complicada. Nao adianta, e’ assim pra tudo. Nao estou teorizando, nem fazendo poesia, mas viver e’ lindo, mesmo com todas as dificuldades. Por isso falo do saldo positivo.
Tambem nao e’ auto-ajuda. O meu livro de auto-ajuda sao os problemas que superei, os amigos que estao sempre por perto, o meu pensamendo objetivo que nao se cansa nunca, a minha sobriedade, vezes perdida, mas que sabe sempre vir a mim na hora certa.
Essa e’ apenas a minha maneira de presenciar minha propria vida, e apreciar seu sabor, que e’ tao delicioso de ser dificilmente vivido.
Feche os olhos entao, e ache seu proprio “The Secret”. As vezes ele pode estar dentro de voce, e nao na livraria.

Chicago



A vida nao para. Mesmo, e principalmente, do lado de cima do mapa. Tenho me deparado com coisas maravilhosas pelo caminho.
Chigado e’ lindo. Ponto. Nao sei porque tenho essa fixacao por cidades grandes, mas tenho. Fico anestesiada, tamanha a minha fixacao. A cidade e’ perfeita, encantadora, onirica. De noite, com as luzes todas acesas, me deu vontade de voar.
Nao posso negar que senti saudades da minha Sao Paulo. Da loucura do dia-a-dia de “ecstasy”. Do stress, do calor-com-frio, das garoas e dias cinzas, do ventilador de teto e da necessidade de um ar-condicionado no carro – por causa da violencia, ou do calor mesmo.
Chigago e’ bem parecida com Sao Paulo. Sao grandiosas, sao lindas, sao metropoles. Chicago e’ mais limpa e mais moderna. Mas tem o sonho de ter mar, e como nao tem, Deus emprestou um grande lago. Parece o mar, voce nao ve o fim, mas e’ doce. Os barco-a-velas sao um charme. A agua azul do mar-lago assusta, de tao linda. E’ como um sonho, mas e’ realidade. E a minha realidade, doce como o lago.
Na cidade do vento, senti meu nariz esfriar numa brisa fria, e meu coracao se aquecer numa tarde quente, ao mesmo tempo. Saboriei o som do vento, o azul do ceu refletir no lago, as estruturas, as esculturas. Ganhei 3 bolhas no pe’, mas mesmo assim, nao parei de sorrir e de andar.
Um dia, da janela do hotel, parei para ver o rio. E, depois de alguns minutos percebi mais que isso. Um pouco mais a baixo, ainda atraves do vidro, encherguei uma aranha trabalhando em sua teia, as 9 da manha de um Domingo, sob o som ensudercedor do carro dos bombeiros, enrolando mais uma de suas presas em sua teia, no 28 andar do predio. Tudo de maravilhoso que eu vi, ficou pequeno perto da pequena aranha. Nada foi tao significativo. A pequena aranha, em sua pequena teia, naquele grande predio, na gigantesca cidade. Foi simples, foi lindo. Uma aranha, uma teia, um arranha ceu e Chicago ao fundo.

domingo, 6 de julho de 2008

Morte e vida (linda) severina

A vida e’ um livro. A minha, e’ um livro aberto. Vezes com capitulos felizes, outros nem tanto. Mas ‘e a minha, sabe? E de mais ninguem. Cada um, exclusivamente, tem a sua. E nascemos da incerteza, pra nos tornarmos a certeza de um dia (vide titulo do texto). Entretanto, somos a duvida, porque mal podemos saber quem somos. Me olho no espelho uma vez, e vejo uma de mim. Olhando mais fundo, vejo duas, tres, quatro… Penso, qual delas sera’ eu? Constato: todas. Somos tao incertos como o amanha. No caminho da incerteza das ideias e pensamentos, me deparo com a certeza das palavras. E sabe de uma coisa? Elas me bastam. A vida as vezes e’ uma ficcao, mas so’ pra quem vive de mentira. Eu vivo de verdade. Eu nunca vi sapo virar principe, e ninguem nunca chegou pra mim montado em um cavalo. Por isso digo, vivo cada momento. Nasco e morro a cada dia que nasce. E o sol brilha pra mim, sim. Por causa dele, respiro suave a cada amanhecer. Nao temo o amanha, mas vivo, sem esperar que ele aconteca. E tenho a minha certeza, sim, a que nao e’ talvez, nem nunca sera’, a certeza de mim mesma. E pra mim, isso basta.

domingo, 29 de junho de 2008

Sim

Ela era uma pergunta, sem resposta. Ele era sua resposta, sem saber da pergunta. A resposta era sim. O sim para ela era muito. Ela nao tinha nada, ele tinha tudo. Era como se a ela so’ coubesse o espirar, para que ele, inspirasse por ela. Eram mutuos, eram solidos, eram dois. Se amavam, se odiavam. Precisavam e as vezes nao queriam. Eram um caminho sem volta, ou com muitas voltas. Eram a duvida de todos os dias, vezes um ponto de exclamacao. Era tudo junto, bem misturado, mas muitas vezes trifasico, como agua e oleos naturais. Sim, talvez fosse como muitos queriam ser, mas que aos olhos deles, nao parecia nada de extraordinario. Funcionavam com o mecanismo do tempo, do vento das arvores, das estacoes do ano. Nenhum segredo, nada. Silencio. Ela calava enquanto ele amava. Ele falava quando se ia, ela cantava ao sol do meio dia. Nao se davam conta, nao sabiam. Um dia, enquanto andavam, ao som das folhas secas no chao, olharam-se. Ela disse “nao sei porque vim…”, e no olhar dele pecebeu o motivo, sua resposta tambem era sim.

Summer Time

Ainda tenho a sensacao aqui comigo. Todos os dias me esqueco aonde estou, e quando lembro levo um susto. Outro dia olhando a foto do meu quarto, percebi que nao me debruco mais na mesma janela. Me bateu uma saudade do sol quente esquentando meus lencois ao raiar do dia. O sol do Brasil e’ tao mais quente, juro. A agua do chuveiro deixa meu cabelo duro por causa do cloro (outra coisa que sinto falta do Brasil), serio, e’ um pouco estranho, mas tudo bem. Por aqui o “summer time” tem gostinho de sorvete e de ferias. Sim, prefiro pensar que vim passar as ferias aqui, afinal, eu posso ir a piscina todos os dias a tarde – I’m so sorry pra voces que estao morrendo de trabalhar congelados em SP (Sou mto ma’! haha). O vento bate em meu cabelo, o cheiro e’ de natureza, o ar e’ puro, as folhas das arvores estao verdes e ha flores nos jardins, uma areia entra no meu olho, pra me lembrar que nem tudo e’ tao simples assim, e sempre vai ter um ‘graozinho’ para encomodar.

Meu curta metragem

6:50 am, Domingo, eu desperta, avessa, transpassada. Nao sei porque perdi o sono, mas meus olhos abriram-se e nao consigo fazer com que fechem de novo. Rolei de um lado pro outro, embolei todo meu lencol e pijama. Nada, me rendi. Depois de sonhos estranhos (o que sera’ que eles querem me dizer?), penso que talvez seja uma co-ligacao com alguem. Mas isso nao e’ um filme e agora nao esta aparecendo a cena em que eu digito esse texto, e em algum canto do mundo acontece algo correlacionado comigo. Mas sinto, deve haver alguem. (Se voce e’ meu amigo – ou qq coisa do tipo - e do Domingo 29/06/08, estava pensando em mim as 8:57 am (Brasil) ou 6:57 am (USA) me fale, ok?). Tenho certeza que a sincronicidade aconteceu mesmo que no sono de alguem. Acontece que a vida as vezes e’ sim como um filme, mas Gracas a Deus e’ bem mais. Por isso, agora quando digo ‘tchau’, voce nao ouvira a musica tocar para os creditos subirem. Mas voce pode imaginar, porque esse capitulo termina aqui.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Ana Camila e Amanda brincado de "Banda de Rock"

Aguas de Junho


Por aqui as aguas de Junho comecaram, e parece tambem que ja se foram. Como voces ja devem ter visto na TV – sim, o EUA tem enchente (Ai, nada como estar num pais de primeiro mundo).
Por causa da enchente, muitas cidades tiveram evacuacao voluntaria, a cidade em que eu estudo, Ottumwa, foi uma delas. Em Iowa City a destruicao foi grande tambem, talvez uma das maiores por aqui. Essa e’ uma outra cidade universitaria daqui que tem muitos restaurantes, mas ficou quase tudo debaixo d’gua. Agora que a agua baixou, e’ a hora da poeira subir. Familias e estabelecimentos estao lavando a lama que a enchente trouxe e colocando tudo em ordem novamente. Na minha cidade nao tem rio, por isso nao houve enchente, so’ um tornado na semana retrasada, mas ja’ estou acostumada com essas coisas de pais desenvolvido.

(…)

Cade?!


“Vamos ao festival do morango?” me indagaram, “Vamos, vamos” respondi entusiasmada, adoro morangos e os daqui em especial sao muito mais gostosos. E la’ fomos nos, para Farmingtom, atraz do tal festival. Tudo muito bom, tudo muito lindo – muito sol, muito calor, muitas pessoas, poucos morangos. So’ faltaram eles, os donos do festival. Alias, tinha morango sim, na calda do sorvete (?!). Vale?


(…)


Bittersweet
Estranhezas americanas a parte, percebi ontem o quanto essa cidade e’ Linda e bucolica. Bittersweet, doce e amarga. Casas antigas e tipicas. Parques, piscinas, ruas cheias de arvore. Uma brisa quente e calma. Da pra sentar na varanda e escrever um drama. E’ muito inspirador. Venham me visitar! (Tragam cerveja, amigos e caldo knor)

domingo, 8 de junho de 2008

E para sobremesa: feijao!

Um dos maiores sofrimentos aqui, do lado norte do mapa, e’ a comida. Americano adora uma gordura, disso todo mundo sabe, ne'? Pra variar eu resolvo comecar mais um regime - eu ja’ perdi as contas de quantos regimes eu ja’ fiz. Sendo assim, escolhi para jantar um restaurante com um buffet Self-service, o Pizza Ranch. Comecei pela salada, de prache a alface Americana, que nao poderia faltar no seu pais de origem. Na hora de colocar o tempero, no lugar do “azeitinho light” eu encontro dezenas de molho, todos com maionese, e’ claro. Dai’ fica dificil, pra uma pobre mulher-com-tendencia-para-engordar, fazer seu regime tranquilamente. Frango grelhado nem pensar. So' aqueles fritos mesmo, uma especie de frango a passarinho com mais gordura.
Eis que um luz no fim do tunel paira em meu olhar quando avisto o meu querido e idolatrado feijao! Coloco entao uma porcao generosa no meu prato – repito, eu amo feijao, e esse estava muito bonito e parecia gostoso. Bem, isso ate’ levar pra minha boca a primeira garfada. Logo percebi que tinha sido enganada por mais um costume estranho desse pais (tambem fui enganada em outra ocasiao, pq aqui nao tem lixo nos banheiros publicos, mas isso eu conto depois).
O feijao daqui, PASMEM, e’ doce! Sim, sim, sim, voces leram direitinho, e’ doce mesmo. Como qualquer sobremesa do Brasil, so’ que aqui eles comem com a comida. E’ a coisa mais horrivel que eu ja’ comi na minha vida, feijao temperado com acucar mascavo. E’ mole? Todas as minhas esperancas de uma alimentacao balaceada e saudavel, foram por agua baixo junto com o feijao que eu joguei no lixo. Eu continuo por aqui entao, experimentando essas iguarias da culinaria mundial e tentando levar o meu regime a serio. Se vier pra ca’, nunca va’ la: http://www.pizzaranch.com/

Montanha russa

Alguem me disse. Viver nessa condicoes e’ como enfrentar uma montanha russa de emocoes: verdade. E’ um pouco dificil, o tempo as vezes parece parar. O relogio corre um segundo e para dois, corre 2 minutos e para 5. Quando olho pra tras penso que ja’ se foram muitos, mas quando olho pra frente vejo que ainda faltam tantos… Estou planejando, ja faz algum tempo, parar de olhar pro relogio e contar a quanto tempo estou aqui, quanto tempo falta pra eu voltar. Essa e’ como uma daquelas promessas de “comecar um regime na segunda” ou algo do tipo. Minha professora disse: “O bom dos Brasileiros eh que eles tentam, os japoneses apenas se calam”. Eu tento, estou sempre tentando, todos os dias, minutos, segundos. Me esforcando muito.
Nao pensem que nao estou gostando, gosto muito daqui e se nao fosse por um ser-zinho Brasileiro eu nem me importaria de estar tao longe.Nunca fui de sentir muitas saudades, sempre fui muito apegada a minha liberdade.
Nao tenho vergonha de dizer que agora as coisas mudaram, e o amor se tranformou em uma saudade que eu nunca tinha sentido antes. As vezes parece incontrolavel, maior que eu. Tira a minha concentracao, pausa a minha repiracao. Parece nunca acabar. Mas assim que a minha respiracao volta e eu retomo meus sentidos, percebo que 6 meses passa muito rapido e logo logo estarei ai de volta.

(Ser-zinho brasileiro, te amo)

terça-feira, 3 de junho de 2008

Mais uma do Orkut


Estava eu ja saindo do orkut para ir estudar, quando me deparei com algo terrivel: o Orkut, mais uma vez, assassinando a gramatica!
Que os seus membros facam isso, va la… mas o proprio fazer? Pera ai, ne? Sera que o Google nao tem funcionarios no Brasil para escrever em Portugues? Eu sei que tem, e que ganham muito bem - por sinal - porque os caras tem que ser fluente em ingles e o c*** a 4! Ai entao, mesmo com muitos funcionarios capacitados, eles jogam as palavras no tradutor? Ou sera que os caras la dento so sao fluentes em ingles e esqueceram do portugues?
“Fotos de eu”, essa foi a boa do mes! Aqui vai o meu protesto entao, junto com um pedido de emprego: “Me contratem e erros como este jamais ocorrerao novamente!!”

sábado, 31 de maio de 2008

10 mil x 10 milhoes







Aonde eu vim parar? Dormi em Sao Paulo e acordei em Chicago, cochilei em Chicago e acordei em Fairfield.

Da Janelinha do aviao, dei tchau para Sao Paulo, Minas e Brasilia. Brasilia eh muito nitida la’ de cima, com suas asas sul e norte, forma um aviao de casas, ruas e luzes. Assisti a filmes, li a livros e nada de chegar. E’ muito demorado, muito longe. Cochilei e quando vi jah estava por aqui. E’ muito estranho acordar no hemisferio norte do mapa. Logo percebi que estava nos EUA, com suas linhas sempre retas, sempre sobrias, nao tem como confundir. O meu Brasil cheio de curvas realmente tinha ficado para tras. Aqui as coisas sao como no desenho do mapa: diretas.

Da enlouquecedora e elitrizante Sao Paulo vim parar na calma e pacata Fairfield.
Das baladas para os mercados e restaurantes. Do transito para transito nenhum. Da bagunca para a organizacao. Do arroz e feijao para batata frita com alguma outra coisa gordurosa. Dos cachorros de rua para os cachorros passeando com seus donos nas ruas. Do cafe da manha com pao na chapa para orange juice com ovo e bacon – ecaaa!!

Sao Paulo com suas ruas cheias de gente, Fairfield com suas ruas cheias de arvores. Sao Paulo com seus milhares de farois, Fairfield com seus, nem, 20 farois. Sao Paulo com 10 milhoes de habitantes, Fairfield com 10 mil habitantes. Sao Paulo com sua poluicao, Fairfield com seu ar de interior. Sao Paulo com centenas de empresas, Fairfield com centenas de plantacoes. Sao Paulo que abriga meus melhores amigos, minha mae e meu amor, Fairfield que abriga o meu primo e eu. Sao Paulo, Fairfield. Fairfield Sao Paulo. Sao Paulo, Sao Paulo, Sao Paulo.

Por mais que ai seja muito irritante, ja estou comecando a sentir saudades do toda a sua confusao. So’ do transito que bem… nao tenho tanta saudade assim.

Acho que em mim mora uma Sao Paulo so’ minha.

Nao tem como negar, sou Sao Paulo ate’ em Fairfield.

Histerias na Terra do Tio Sam

Bem-vindo a Era de “Caspas”

Well, depois de muito tempo esperando estou aqui, na terra do Titio Sam. Fora o medo dos tornados, esta tudo bem. Lembrando que aqui nao tem acento no teclado, entao me desculpem por favor, mas me recuso a usar o “internetes”. Dessa maneira voces terao que disponibilizar neuronios a mais para decifrar algumas palavras – desculpem de novo!

Por aqui comecou a era das caspas para mim. De alguma maneira sou acometida por caspas, em determinado momento. Minha mae diz: “Psicosomatico, Filha”. Nao sei, so sei que elas vao e vem a todo momento que acontece algo diferente. As vezes eh o stress, as vezes e’ a preocupacao, agora acho que o motivo deve ser a saudades.

Outro dia andando pela rua, reparei nas pessoas – as poucas que vi, pois a maioria anda sempre de carro – todas parecidas: loiras, nariz fino e magras. Sim, fiz uma descoberta. Aquele paradigma de que todo americano e’ gordo, nao se concretiza pelo que vi. Alias, creio que isso nao passe de um mito. Apenas a imagem que alguem um dia fez e contou pro fulano, que contou pro Ciclano, etc e tal. Existem pessoas gordas sim, mas nao e’ a maioria. E’ como no Brasil, por exemplo. Como nem todas do Brasil sao so’ bunda, nem todos aqui sao gordos, nem todos do Iraque sao homens bomba e por ai’ vai.

Como sabem, tudp e’ muito diferente. Faco descobertas novas a cada dia. So’ nao descobri aonde coloquei a minha inspiracao, se alguem achar, devolva-me. Com a falta da tal, so’ me resta encerrar por aqui, dizendo que volto em breve para contra as minhas histerias. Alias, saudades das minhas histerias, porque por enquanto estou morna. Nao como, nao bebo, nao durmo, nao rio.

See you soon.

Everybody kisses.


Miss you.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Liberdade e Saudade

Nossa liberdade está em nós.
Está ali, estampada na cama, em meio ao lençóis.
No espaço vazio, no vão que nossos corpos criam na cama. A nossa união, é a nossa comunhão com o espaço de cada um. É tanta liberdade (proporcional e na medida) que até na hora do sono, conseguimos ter o nosso espaço. Nosso território, nesse caso, demarcado pelos lençóis, não nos afastam.
Agora, será tanta liberdade, que me faltará algo. Já me faltam seus pés e pernas me prendendo sem querer - querendo. Sua voz, me subindo pela nuca, na beirinha do ouvido dizendo 'boa noite amor, promete que não me larga nunca?', do ciúmes bobos dos decotes, das detestaveis mordidas doídas e das nutelas em pote.
Sobram saudades. Sobra a vontade de estar junto pela eternidade. Grudados, amarrados, abraçados, embolados no lençol. Só a saudade, de poder dormir separado uma noite, por opção. Já que essa será minha condição por algum tempo, me contento em saber que depois terei todo o tempo do mundo para estar ao seu lado, deitada no seu peito, ouvindo o seu coração bater fundo por mim.
Sempre para sempre, que seja assim até o fim.

Chegando

Em dado momento me dou o luxo de ter 2 blogs.
O blogspot, porque esteticamente eu vinha o paquerando a um tempo. 'ledapacheco', porque não tinha o 'histerias' disponpivel aqui, porque não tem nada mais blasé do que ter seu nome no endereço "www", e mais... não há nada mais egocentrico. As vezes é bom sorrir pro próprio umbigo, ele agradece.
Mas é tudo marketing, e planejamento estratégico.
Até um post decente, então.
Vou experimentando esse aqui, mas continuo com o outro. Vai lá: http://www.histerias.zip.net/