segunda-feira, 13 de julho de 2009

Faz de conta que tem sol lá fora

Tenho que confessar: amo os dias cinzas, chuvosos, cheio de nuvens carregadas. Assim, como já diz no meu perfil, amo mesmo – sem ter medo de ser feliz. Pra uns podem soar como dias feios e sem cor, pra mim são dias lindos e extremamente aconchegantes.
Dias tais como estes colocam meu ‘eu interior’ pra funcionar. Fico, então, matutando sobre a vida entre uma página e outra da Época. (Troquei a Veja pela Época. Fica aí a dica pra vocês experimentarem também).
E sabem, me peguei imaginando um gigante sol quente e reluzente, batendo na minha janela, esquentando meu travesseiro, com direito a aqueles pozinhos que ficam no feche de luz, e que a gente só vê nessas situações. Sabem quais são?

Nesse feche de luz viajei e me transportei pra um passado muito, muito distante.

As vezes a gente para pra pensar e quer voltar atrás, refazer a história, mudar o final. Mas na realidade, que final?! Se ainda nada se acabou. O que se foi foram coisas, pessoas, situações, que, oras, deveriam ir. E acredito muito que tudo vale a pena... Tem até a continuação que diz: “... quando a alma não é pequena”. E é assim que tem que ser. A minha alma, que é grande, sabe e sempre me diz “Leda, é isso aí!”.
Agora não me venha você ficar remoendo passado, ficar dizendo o que foi ou o que poderia ser. Foi e se foi. Eu gosto assim. Errar todo mundo erra e por mais que alguns, um dia, tenham dito que eu chego perto da perfeição... não, eu não concordo. Isso está muitíssimo longe de acontecer. Adoro ser essa humana que erra, mas que, acima de tudo, aprende com os tropeços que dá. Eu não costumo tropeçar na mesma pedra. Bom, pelo menos eu tento. Juro que tento desviar, mudar o caminho, a direção. E admito que as vezes é muito difícil, muito muito muito muito muito MUITO mesmo.
Bom, na verdade quero deixar registrado aqui – pra mim mesma, porque na verdade ninguém sabe ao certo do que eu estou falando – que não foram erros, foram escolhas. E eu as faria novamente, porque tudo foi tão deliciosamente vivido com aquela intensidade de que gosto e que tanto tenho gosto.
Vou te falar, não tenho medo do futuro. Muito pelo contrário, me anseio por ele. Porque eu, eu vou com tudo – e pra ganhar, acertar, segurar o troféu no final. Se por ventura não for assim, acontece, faz parte da vida e todas aquelas outras lamentações que seguem uma derrota, ou coisa do tipo. Tinha que ser assim? É, tinha. De qualquer maneira não deixo de ir, de tentar, de lutar. Sempre convido, aos que quiserem, embarcar na minha vida, ajudar a construir a minha história.

Tem uns que perdem o ritmo, ficam pra trás, desistem. So sorry, but bye bye, see you later on. Eu tenho que seguir.

Continue no faz de conta de que sempre faz sol lá fora.

E assim segue a vida.

3 comentários:

Cá disse...

Assumindo minhas ousadias, cá estou eu. rs...
Bem, antes de comentar as coisas raras que escreveu, quero te dizer que achei LINDA essa coragem de assumir. Da minha parte, da sua... E essa sua docura em receber-me desse jeito (esquisito!) em tua vida!
Não me falta coragens na vida, sabe Leda. Não pra muitas coisas...
Fato é que essa não é uma questão de valentia. É a doçura de uma aproximação gradativa... é amadurecimento da idéia, que nada tem de comum, admitamos.
Sempre, em todas as vezes que te li, quis te revidar, da maneira mais gostosa de se revidar alguém que escreve encantadoramente bem! Um revidar de escritor - uma resposta, divagações minhas fluindo junto às suas, sabe?
E, um dia, deixei de sentir só vontade... Naquele dia em que eu - não me pergunte o porquê - me importei.

Enfim.
É só pra estar mais à vontade. É interessante esse estado de desconhecimento/aproximação.

Qualquer dia certamente adiciono nossos orkuts! rs...

Bem... voltando ao que interessa?
Sim. Posso te ser sincera? ODEIO o cinza. Mas não o mesmo cinza que o teu. O cinza da vida de algumas pessoas. O 'viver' cinza. O 'nem fingir' que faz sol lá fora...
Você conhece gente assim, que não se entrega? ODEIO. E estou passando por umas situações esquisitas assim...
O cinza da nossa cidade é lindo. Estar enclausurada no SEU cinza dos domingos friorentos (ah, que fim de semana delicioso na cama, não?) é perfeito!
Encoleriza minha alma o cinza de sentimentos, compreende?
O que você chama de IMAGINAR O SOL eu chamo de sonhar. E não suporto falta de sonho...
Sim, estou com raiva de alguém.

E o que é voltar atrás? Não sei, mas talvez eu acredite que não exista isso, não. O que vivemos era o que tinha que ser vivido. Não que eu deposite minhas fichinhas no destino - não dou nenhum crédito à ele. Todavia, aquilo que eu vivi era pra ter sido daquele jeito... Você já percebeu que o mundo gira e gira? Sim, você sim. Já te li que tem admiração pelas voltas que ele dá... Admiro tanto quanto você.
E creio que não temos que recear o outrora. O que já foi vivido foi ótimo! Se não 'acabou', por assim dizer, no que se ansiava, significa que foi idealização demais! E o ideal só existe mesmo no plano das idéias!
Gente que tem mania de acreditar no 'final feliz'... A gente já morreu e nem sabia? Que sentido faz crer num fim perfeito? Só depois de eu morrer, quero falar de fim. Ora...

E é isso.
Só podia esperar de você que não sentisse medo dos dias à frente, MESMO. Aliás, de fato me decepcionaria se te lesse apreensiva quanto ao TEU futuro. Justo o teu? Medo de quê, mulher? VOCÊ é o mundo! Similar às tuas idéias tão plurais, grandiosas são tuas perspectivas. Será que tens dúvida acerca disso?

Enquanto uns ficam pra trás - e sempre ficam - você vai loooonge, pra onde o vento te soprar... Vai fundo.
O mundo é TEU, Leda!

Leda Pacheco disse...

Oi, menina aveludada! Que bom que resolveu “aparecer”.
Fiquei feliz. Gosto assim. Sem medo de ser feliz. Pra que medo, não é mesmo? Eu costumo dizer que a vida é uma surpresa, uma deliciosa surpresa – melhor que as do kinder ovo! I guess.
Não agiria diferente e aposto que, se fosse o contrário, você também não. Meu coração é daquele jeito que falou, que eu falei: grandão. E eu sou uma pessoa “open mind”... Adoro os imprevistos da vida – se não eles, quem nos dá maior prazer no dia-a-dia? Tem coisa mais gostosa do que receber uma admiradora anônima?
Ok, pra mim não era anônima porque eu te sei, Dona Camila... rs Mas melhor que seja assim. Porque não me causou preocupação e sim uma gigante exclamação nos pensamentos. “Nossa, porque será que ela...? Interessante!!!”, exclamei em minhas ideias.
Cá (E que vontade que eu fiquei de escrever essas duas letras quando, ontem, ao invés disso tive que digitar ‘someone’),
Eu AMO viver por isso – pelas pessoas que eu encontro na vida. Eu amo o ser humano. Amo conversar, dar risada, co-nhe-cer o desconhecido e conhecer mais, desbravar, reconehcer, re-viver, o que já sei de cor.
Olha, sei perfeitamente o que está me falando. E chega a me dar urticária em pensar em uma pessoas dessas, que não sente – ou que, quando sente, finge que não sente e assim vai. Pára tudo. Fico sem ar. Eu já não sou fã nem da neutralidade, que dirá do não-sentir.
Mas te confesso que já fui dessas de não se entregar, de se privar e etc. Por isso entendo. São fases, que passam – ainda bem. Não se preocupe. Não fique com raiva. Apenas abstraia. Se a pessoa tem medo de sentir, talvez é porque não mereça, simplesmente. As vezes, pra você, isso não é uma perda, é uma ganho.
Enfim, são tantas coisas que queria te falar, mas esse espaço me limita.
Depois, quando o ponteiro do relógio deixar, te escrevo mais.

O mundo é igualmente seu, Camila.
Continue assim... so velvety.
Um super beijo.

Ornelas, Cá disse...

Ai, que vontade imensa de escrever um montão! Porém, agora falta-me o tempo... e como corre!
Só posso te adiantar que, assim como você, amo a vida pela infinitude de possibilidades que ela nos apresenta a cada dia. Se você não virasse aquela esquina, talvez tivesse esbarrado num homem lindo, alto, dono de lindos olhos castanhos, talvez inteligente e com ótimo senso de humor, hummm... o que seria da sua vida a partir daquele momento? Tantas coisas podem acontecer a cada segundo de decisões que tomamos!...
Uma certeza: a omissão não nos proporcionaria esse 'encontro'... (Será que poderíamos denominar assim?)

Enfim.
Tanto tenho pra dizer, mas hoje é o meu relógio que insiste em me lembrar que já é hora de ir!


Beijos enormes!!