domingo, 5 de abril de 2009

Triste constatação feminina

Como todas mulheres sabem, todos os salões de cabeleireiros são iguais, só mudam de endereço e de preço.
Quase semanalmente vou ao salão da minha tia dar um retoque no cabelo, fazer as unhas e aquelas coisas todas de praxe. Na semana retrasada estava eu no meu ritual de beleza lendo a TPM - revista (preferida) que eu havia levado. Claro, ao fundo também escutava os típicos papos de salão enquanto a Angela tirava um bife do meu dedo indicador:
-“Quem vai ganhar o BBB?”, Perguntava uma, em meio a tintas nos cabelos.
-“O Max. Não gosto da Francine, ela é muito falsa”, Respondia a outra, que fazia as sobrancelhas.
E assim se seguiu até que eu terminei de fazer as minhas coisinhas e me piquei de lá sem saber quem era o predileto ao prêmio do BBB. Estava tudo bem, não fosse o fato de que eu tinha esquecido a minha revista em cima da cadeira. De momento fiquei com raiva da minha dispersão, mas logo depois achei que poderia ter a chance de pegá-la na semana que se seguiria, mesmo que toda escangalhada, rasgada, amassada, e etc.
Nessa semana voltei lá e o que me estranhou foi o fato de encontrar a minha TPM intacta, novinha, como eu tinha deixado. Não posso negar que fiquei feliz, mas aquele fato me levantou uma pontinha de preocupação. Tudo bem que essa revista não é muito conhecida se for comparada com a Claudia, Nova ou Contigo. Mas ela está nas bancas a anos e originou-se da Trip. Para quem não sabe TPM - nesse caso - quer dizer Trip Para Mulheres. A sua linha editorial traz assuntos que valorizam todos os tipos de mulheres e não a escravizam fazendo pensar apenas nas últimas tendências de moda e no padrão de beleza globalizado.
Talvez por isso mesmo a minha revista não fez sucesso no salão. Na capa não tinha nenhuma promessa de regime milagroso, tão pouco mirabolâncias sexuais – do tipo que coloca o kamasutra no chão, não tinha nenhum artista e seu novo affair e também nenhum super star visitando a Ilha de Caras. Sua capa era instigante. Um punhado de frutas frescas formavam o formato do corpo de uma mulher, uma brincadeira relacionada a matéria sobre as fêmeas da espécie frutais, tão em alta na estação.
Eu, pasma, segui nos meus rituais e cheguei a constatação de que é ótimo ter a minha revista de volta, mas que é preocupante existir mulheres que só leiam Nova e suas adjacentes.

Triste, muito triste.

P.S. Eu odeio ler revista amassada. Meu maior prazer é ler uma revista novinha sim, e daí? Eu também posso ter manias. Afinal o Roberto Carlos tem tantas e ninguém fala nada.
P.P.S. Eu também leio a Nova, Claudia e as outras revistas. A contigo eu não leio só vejo as fotos para ver as roupas dos famosos.
P.P.P.S. O fato é que não importa o que você leia, apenas é preciso ter discernimento para diferenciar o que é bom do que é ruim.

Um comentário:

Marina Zimmaro disse...

Simplesmente demais!

Você é f***

A-DO-RO as suas crônicas! Você as faz muitíssimooooo bem!!!